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Uma história de amor que nasceu na Casinha

Quando a jovem Etiene vinha da Bahia para São Paulo, ela nunca imaginou que pudesse encontrar um amor. A baiana saía de Caculé para fazer tratamento na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Quando a garota foi diagnosticada com Leucemia Mielóide Aguda M2 em 2009, com somente 18 anos ela ficou bem assustada e não foi fácil descobrir que estava com câncer. Após muitas sessões de quimioterapia e meses internada recebeu a notícia que seu irmão era 100% compatível.  E em 30 de junho de 2009 ela fez o transplante de medula óssea.

Nessa época, Henrique nem estava doente.  O paulistano foi diagnosticado com Leucemia Linfóide Aguda T em 2012, quando tinha apenas 16 anos.  Ele fez todo o tratamento na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Passou por várias sessões de quimioterapia, foi internado, chegou a ficar uma semana em coma e teve uma recuperação difícil. Em 2015 fez um transplante haploidêntico, na época um tratamento novo no Brasil, no qual a medula óssea foi doada pela mãe de Henrique, 50% compatível com ele.

Etiene conheceu a AMEO em 2014, por meio de uma amiga paciente, Wendy Nascimento, que divulgava diversas postagens nas redes sociais dela.  Assim, Etiene passou a acompanhar o trabalho da Associação da Medula Óssea através do Facebook. Um dia, quando veio a São Paulo para uma consulta, ela entrou em contato com a Assistente Social da Casa de Apoio e ficou hospedada lá durante sete dias, aguardando a consulta de retorno.

Henrique também conheceu a AMEO por meio de um paciente que frequentava a Casa de Apoio. Então a relação entre ele e a organização só aumentou. “A AMEO foi muito acolhedora quando precisei. Como na falta de medicamentos e auxílio transporte. Além das doações de cestas básicas que me ajudaram muito, pois parei de trabalhar por um longo período. Fora que a entidade realiza festas em dias comemorativos que faz a alegria dos pacientes” conta o garoto.

E é aqui que a história desses dois pacientes se cruza. A Casa de Apoio foi palco para o romance começar. “Graças a Ameo eu conheci o amor da minha vida” relata o garoto. Etiene conheceu primeiro a mãe de Henrique, enquanto ele ainda não havia feito o transplante. Elas ficaram amigas. “Troquei diversas experiências com ela sobre o transplante. Ela falou que o filho não queria fazer o transplante, então eu disse que seria mais seguro” relembra Etiene.

A mãe de Henrique gostou muito de Etiene e passou a falar dela para o filho. Logo os dois jovens ficaram amigos no Facebook. Depois de muitas curtidas e comentários, migraram para o Whatsapp, um aplicativo mais pessoal. E o relacionamento só cresceu. A afinidade foi tanta que o namoro começou mesmo a distância, em dezembro de 2015, depois que Henrique se declarou à amada.

Em mais uma consulta em São Paulo, Etiene veio de Brasília, onde estava morando, e ficou na casa de Henrique para os dois se conhecerem melhor. Puderam aproveitar o namoro, agora ao alcance de um toque. Depois dessa visita, tudo mudou. Eles decidiram morar juntos e ela mudou-se para São Paulo.

Arquivo pessoal.

Hoje, Etiene e Henrique são pacientes assistidos pela Casinha. “Sempre que tenho consulta fico na Casa de Apoio esperando dar o horário. Fiz muitas amizades lá, hoje que eu moro aqui em São Paulo, eles fornecem cesta básica e leite, como ainda não estou trabalhando ajuda muito” relata Etiene. “Minha relação com AMEO é de segunda casa, me sinto muito a vontade aqui” ela complementa.

Para eles namorar alguém que já passou por um transplante de medula óssea é ótimo. “Cobramos-nos mais em relação à alimentação, exames, consultas, saúde. O cuidado é maior. Não tenho palavras para descrever o quão bom e gratificante é vê-lo bem. E estar bem para cuidar dele e ele de mim” conta apaixonada Etiene. O casal planeja o casamento para 2017. Henrique diz que o plano para o futuro é “ter nossa família”.

Depois da história de amor crescer e crescer, eles decidiram expandir ainda mais o amor que sentem. O casal se tornou voluntários na AMEO. “Sempre quis ser voluntária acho uma oportunidade incrível de ajudar outras pessoas” revela Etiene. “Ser voluntária na AMEO é maravilhoso, gosto por demais (sic) e quero poder fazer mais pela associação que tanto me ajudou. É um privilégio” conclui a garota.

”Voltar para Ameo como voluntário é gratificante pra mim” afirma Henrique.  “Tenho muito prazer em ajudar, por tudo que já fui ajudado. A doença e tudo que presenciei me fizeram enxergar o quanto eu preciso das pessoas. E elas também precisam de mim” conclui o jovem.

Por: Andressa Villagra