Perguntas e Respostas – DECH

DECH na pele

1. Quando posso me expor ao sol?
Mesmo sem DECH, quem passou por transplante deve evitar sol forte. Isso porque há maior risco de câncer de pele e o sol pode ativar a DECH. Use protetor solar todos os dias e evite sol entre 10h e 15h. Mas viver com equilíbrio é importante: a proteção deve ser constante, mas não impedir momentos de lazer, desde que com cuidado.

2. Como me proteger do sol?
Evite exposição nos horários mais quentes. Use roupas com proteção UV, óculos escuros, chapéu ou boné. Passe protetor solar (FPS 30 ou mais) mesmo em dias nublados ou dentro de casa, pois a luz artificial é refletida também afeta a pele.

3. Posso ir à praia e piscina?
Sim, desde que com liberação médica. O ideal é evitar exposição direta ao sol e tomar cuidados com proteção física (óculos, chapéu, sombrinha). O tempo de exposição deve ser curto, e a ida à praia ou piscina depende do estágio da DECH e do tempo desde o transplante.

4. Como são as lesões da DECH e quando procurar o médico?
Toda mancha, ferida, bolha, coceiras, lesões que não somem em algumas semanas devem ser avaliadas. Podem surgir manchas brancas, endurecimento da pele ou alterações nas unhas. É dificil perceber o endurecimento de pele, você deve levantar a pele como fosse beliscar, e comparar com outra pessoa. O hematologista sempre vai avaliar inicialmente, mas o ideal é ter acompanhamento também com dermatologista.

5. Quais tratamentos existem para DECH na pele?
Casos leves são tratados com pomadas, como corticoides ou imunomoduladores (tacrolimo, pimecrolimo). Casos mais graves podem exigir fototerapia ou medicamentos orais. Sempre siga a orientação médica para evitar efeitos colaterais.

6. Como evitar os efeitos do corticoide?
Hidrate bem a pele, pratique atividades físicas e mantenha acompanhamento com o dermatologista. Estrias ou cicatrizes que mudam de cor ou espessura devem ser avaliadas, pois podem sinalizar presença da DECH.

7. As manchas da ciclosporina somem?
Geralmente sim, com o tempo e após parar o uso da medicação. Evitar o sol durante esse período ajuda a clarear mais rapidamente.

8. Mãos e pés vermelhos e descascando são da quimio?
Podem ser da quimioterapia, de medicações ou da própria DECH. O médico vai avaliar a causa com base em outros sintomas.

9. A pele pode ficar dura com a DECH?
Sim. A doença pode endurecer a pele, lábios, língua e articulações. O tratamento ajuda a amolecer essas áreas e recuperar mobilidade.

10. Quais os melhores cremes hidratantes?
Depende do tipo de pele e do orçamento. Cremes como Lipikar, Atoderm, Cetaphil, Eucerin e CeraVe são boas opções. Prefira cremes sem perfume e evite produtos naturais não testados. Cremes são mais eficazes que loções.

11. A unha pode mudar? Volta ao normal?
Sim, pode haver alteração na forma, cor ou espessura. A unha pode se recuperar com o controle da doença, mas o acompanhamento é importante.

12. A pele volta ao normal depois da DECH?
Pode voltar, sim. Mas algumas manchas ou endurecimentos podem permanecer como sequela. Se não houver inflamação ativa, são consideradas cicatrizes da doença.

13. Posso fazer procedimentos estéticos?
Depende do procedimento e do momento do pós-transplante. Botox costuma ser seguro. Já preenchimento, tatuagem e laser devem ser evitados, pois podem causar inflamação. Sempre converse com o hematologista e dermatologista antes.

14. Todos os transplantados desenvolvem DECH?
Não. A doença é frequente, especialmente na pele, mas não obrigatória. Pode surgir mesmo em transplantes com doadores 100% compatíveis, e não aparecer em doadores parcialmente compatíveis. Cada caso é único.

15. O que pode piorar a DECH?
Interrupção dos imunossupressores, infecções (como COVID-19) e reações alérgicas a medicamentos são gatilhos comuns. Por isso, nunca pare os remédios sem orientação médica e evite exposição ao sol ou infecções.

16. Como tratar a pele amarelada por DECH no fígado?
Esse amarelado (icterícia) é sinal de problema no fígado, não da pele. O tratamento é clínico, e pode incluir medicamentos para controlar a coceira. Clareadores não resolvem.

17. Quanto tempo leva para curar?
A DECH pode entrar em remissão, mas o tempo varia. Alguns param os remédios após anos, outros mantêm tratamento contínuo. Cerca de 90% dos pacientes conseguem parar os sintomas,enquanto10% não conseguem suspender a imunossupressão.

18. Devo mudar minha dieta?
Não há dieta específica para DECH de pele. Alimentação saudável é sempre recomendada. Evite dietas radicais. Se houver diabetes por uso de corticoide, será necessário controlar o açúcar. Um nutricionista pode orientar melhor.

19. Existem sinais visuais de DECH em outros órgãos?
Sim. Boca seca, olhos secos, vermelhidão e lesões podem indicar atividade em outros órgãos. O hematologista é quem acompanha e diferencia o que é sequela e o que é doença ativa.

20. Como evitar que a DECH piore ou afete outros órgãos?
Mantenha o tratamento, siga as orientações médicas e evite os gatilhos, como infecções, sol e interrupção dos remédios. O cuidado contínuo é o melhor caminho para evitar complicações.

 

DECH nos olhos

1. Quais os sintomas da DECH ( Doença enxerto versus hospedeiro) ocular?
Ardor, vermelhidão, olhos secos, olhos lacrimejando, sensação de areia nos olhos, sensibilidade à luz ou dor. O “olho seco” pode ter outras causas, mas pode ser DECH. É importante consultar um oftalmologista com experiência em pacientes transplantados.

2. Como é feito o diagnóstico?
Com testes simples como o de Schirmer (que mede a quantidade de lágrima) e uso de corantes para detectar feridas na superfície dos olhos.

3. Crianças podem ter DECH ocular?
Sim. Como nem sempre sabem expressar o que sentem, pais e médicos devem observar sinais como olhos vermelhos, coceira, secreção e fechar um dos olhos com frequência, intolerância à luz.

4. O que pode piorar os sintomas?
Vento, ar-condicionado, fumaça, poluição e até frio — todos ressecam os olhos. Evite esses ambientes ou use óculos de proteção e umidificadores.

5. Quais os tratamentos?

  • Colírios lubrificantes (preferir os sem conservantes)
  • Colírios com corticoides (com cuidado e por tempo limitado)
  • Colírios imunomoduladores (como tacrolimo ou ciclosporina)
  • Soro autólogo (colírio feito com o próprio sangue do paciente, usado em casos graves)
  • Plugues lacrimais e lentes esclerais (em casos selecionados)
  • Cirurgias em situações mais sérias (como tarsorrafia)

6. O que é o soro autólogo?
É um colírio feito com o próprio sangue do paciente, usado quando os outros colírios não funcionam bem. Só pode ser feito com receita do oftalmologista. Está disponível em poucos locais no Brasil , tem bons resultados, pode ter custo elevado.

7. Como cuidar dos olhos no dia a dia?

  • Usar colírios conforme indicação
  • Fazer compressas frias
  • Higienizar as pálpebras com shampoo neutro ou produtos próprios
  • Usar óculos escuros para proteção solar
  • Evitar maquiagem nos olhos e colírios com vasoconstritores (como Moura Brasil)

8. Quem tem DECH ocular pode usar lentes de contato comuns?
Geralmente não é recomendado, pois aumenta o risco de infecção e piora o ressecamento. Só usar se o oftalmologista liberar. Lentes esclerais são uma alternativa em casos graves.

9. Quais as possíveis sequelas?
Pode haver cicatrizes, alterações nas pálpebras, opacidades (embaçamento) na córnea e, em casos graves, perda parcial da visão. O controle precoce ajuda a evitar danos permanentes.

10. Medicamentos podem piorar os olhos?
Sim. Alguns antidepressivos, anti-alérgicos e até remédios para espinhas (como Roacutan) podem reduzir a produção de lágrima. Sempre informe seu médico sobre os sintomas oculares.

11. Corticoides podem causar catarata e glaucoma?
Sim, principalmente com uso prolongado. Por isso, o acompanhamento oftalmológico é fundamental. Sintomas de catarata incluem visão embaçada; já o glaucoma pode ser silencioso.

12. O que fazer para evitar que a DECH ocular piore?

  • Siga o tratamento corretamente
  • Evite ambientes que ressecam os olhos
  • Mantenha hábitos saudáveis
  • Faça acompanhamento frequente com o oftalmologista

13. O olho volta ao normal um dia?
Em alguns casos, sim. Com o tratamento certo, muitos pacientes têm melhora significativa. Mas outros podem ter sintomas crônicos ou sequelas. Depende de cada caso.