Prêmio de melhor trabalho em TMO na HemoPlay 2021 sobre Mieloma Múltiplo é doado o prêmio para Casa de Transplante AMEO

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Prêmio de melhor trabalho em TMO na HemoPlay 2021 sobre Mieloma Múltiplo é doado o prêmio para Casa de Transplante AMEO

23 de novembro de 2021

Em outubro, o médico Lucas de Oliveira, de 30 anos, foi premiado na categoria de Melhor Trabalho em Transplante de Medula Óssea e Terapia Celular pela HemoPlay 2021 (Congresso Brasileiro de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular). A pesquisa intitulada “Autologous stem-cell transplantation for multiple myeloma: experience a public center in Brazil” (Transplante de Célula-Tronco para Mieloma Múltiplo: experiência em um centro público no Brasil). A doença estudada é o Mieloma Múltiplo, justamente onde há maior espera para chegar ao transplante de medula. Por não exigir um transplante tão urgente, os pacientes diagnosticados com tal doença ficam mais tempo na fila aguardando o leito.

A Casa do Transplante AMEO, ainda em construção, visa justamente diminuir a fila de espera pelo transplante: a poucos minutos do hospital, a casa irá hospedar pacientes de risco baixo para fazer o tratamento fora do hospital ou receber alta precoce,assim os pacientes receberão o tratamento no hospital e passarão a noite na casa. liberando leitos hospitalares para os transplantes de maior complexidade. A iniciativa da Casa do Transplante possibilitará que muitos pacientes com mieloma múltiplo consigam realizar o Transplante de Medula Óssea. Sabendo dessa importância, após a premiação, o médico Lucas de Oliveira decidiu doar a quantia do prêmio para ajudar na construção da Casa do Transplante.

O que é o Mieloma?
O mieloma é um câncer do sangue que tem origem no plasmócitos, células do sistema de defesa responsáveis pela produção de anticorpos, mas que, com a doença, passam a se multiplicar de forma desordenada. A doença pode se manifestar de diferentes maneiras, sendo as mais comuns a anemia, a alteração na função renal, o aumento nos níveis de cálcio e a presença de dores ósseas, algumas vezes acompanhadas de fraturas. Os casos diagnosticados de mieloma correspondem a cerca de 1% de todos os tipos de câncer. A doença acomete principalmente a população com idade acima de 60 anos, mas pode acometer também as pessoas mais jovens.

Apesar de enormes avanços no tratamento do mieloma nos últimos anos, ele ainda é considerado uma doença incurável e que, portanto, demanda tratamento e acompanhamento por longo período. Existem diversas modalidades de tratamento que incluem quimioterapia, transplante de medula óssea, uso de anticorpos monoclonais, radioterapia em alguns casos, e mais recentemente, a terapia celular com resultados iniciais promissores. As diferentes terapias são capazes de controlar a doença, aumentando a sobrevida do paciente com mieloma e, principalmente, melhorando a qualidade de vida das pessoas que convivem com essa doença.

O transplante tem papel importante no tratamento, uma vez que permite ao paciente um maior período com controle da doença. No entanto, a realização do transplante só é possível em pacientes com menos comorbidades pelo risco de complicações que decorrem do tratamento.

No período da pandemia, infelizmente muitos pacientes tiveram o transplante adiado pelo receio de infecção pela COVID-19. A expectativa é que a situação melhore cada vez mais com a ampliação da cobertura vacinal.

Como a Casa do Transplante vai ajudar estes pacientes?
O transplante ainda é realizado principalmente em regime de internação, pelo risco infeccioso nos dias iniciais do transplante, mas existem protocolos de tratamento ambulatorial com reavaliações frequentes e mediante fácil e rápido acesso do paciente ao serviço de saúde. O objetivo da Casa do Transplante é justamente ampliar o acesso a tratamentos desse tipo para todos os pacientes que precisam do TMO.

A Casa do Transplante é fundamental no período pré e pós transplante, no qual o paciente precisa estar próximo ao hospital, para facilitar a realização de exames e a reavaliação clínica em uma fase de maior risco de intercorrências. Além disso, muitos pacientes vêm de diferentes regiões do país para receberem o tratamento especializado e precisam de um lugar para morar.


A pesquisa, de Lucas de Oliveira e outros pesquisadores, conseguiu demonstrar que os transplantes de mieloma realizados em um centro de referência no SUS tiveram resultados bons e semelhantes aos que já eram descritos em outros países. Lucas ressalta, no entanto, que é preciso ter em mente que “essa realidade não necessariamente é a mesma em outros locais do país e que há sim muito a ser feito para melhorar ainda mais os resultados, não apenas ampliando o acesso de mais pacientes ao transplante, mas também incluindo no SUS novos tratamentos para melhorar as perspectivas daqueles que serão ou que já foram transplantados”.

Texto por Andressa Villagra