Glossário
23 de novembro de 2016
Programa Farmácia Popular
23 de novembro de 2016

Compatibilidade HLA

Nos transplantes de órgãos, como fígado ou pulmão, é importante que doador e receptor tenham a mesma tipagem sanguínea (A, B, O, AB).

Nos transplantes de órgãos, como fígado ou pulmão, é importante que doador e receptor tenham a mesma tipagem sanguínea (A, B, O, AB). Nos transplantes de medula não é obrigatório, pois são transplantadas as células-tronco que fabricam o sangue. Se, por exemplo, o paciente tem tipagem A e o doador tem tipagem B, depois da pega da medula o paciente vai aos poucos trocar a tipagem dos seus glóbulos vermelhos para produzir sangue de tipagem B.

A compatibilidade necessária nos transplantes de medula chama-se HLA (Human Leukocyte Antigen). O exame de HLA é feito por laboratórios especializados em uma amostra de sangue simples, como as que são coletadas para fazer um hemograma.

O HLA está no nosso código genético e leva à produção de proteínas que ficam em todas as células do corpo. Estas proteínas avisam nosso sistema imunológico que nós somos nós mesmos, para que nossas células de defesa não nos ataquem. Por isso são tão importantes no transplante.

Cada pessoa tem vários tipos de HLA, que são chamados locus. Os principais são: A, B, C, DR, DQ. Podemos “olhar” estes locus de maneira mais genérica (tipagem em baixa resolução), em resolução intermediária (em que se usa números e letras) ou com bastante detalhe (alta resolução).

Herdamos nossa tipagem HLA metade do pai e metade da mãe. Assim, cada irmão tem 25% de chance de ter herdado a mesma tipagem HLA de seus pais. Dois irmãos que herdaram o mesmo HLA dos pais são irmãos com HLA idêntico. Se somente a parte de um dos pais foi herdada igual, chama-se “haploidêntico”.

Até a poucos anos, a chance dos transplantes serem feitos com sucesso dependiam muito da compatibilidade quase total entre doador e receptor. Nas ultimas décadas descobriu-se que o sangue de cordão umbilical não precisa de compatibilidade completa e que parentes com HLA haploidêntico também podem ser doadores e, adaptando-se os medicamentos no transplante, estes podem ter resultados tão bons quanto os transplantes com HLA-idêntico.

A busca por um doador compatível

Quando um paciente precisa de um transplante de medula alogênico, outra pessoa tem que ser seu doador.

Irmãos de mesmo pai e mesma mãe têm 25% de chance de ter herdado a mesma tipagem HLA. Transplantes entre irmãos são feitos há quase 50 anos e tem os melhores resultados.

Se o paciente não tem um irmão HLA-idêntico, outra opção é um doador voluntário, não aparentado, também com HLA idêntico. Existem hoje mais de 27 milhões de voluntários cadastrados nos registros em todo o mundo (www.bmdw.org), quase 4 milhões deles no Brasil, incluídos no REDOME – Registro de Doadores Voluntários de Medula Óssea. Existem tantos tipos diferentes de HLA nestes registros, que não faz sentido promover uma campanha de cadastro de doadores para um paciente doente – exceto se for a tipagem HLA de um povo isolado, não representado nos registros.

Existe uma chance pequena de que pessoas da mesma família, que não são irmãos, tenham a mesma tipagem HLA, mas isto ocorre principalmente no caso de casamentos consangüíneos (entre parentes) ou em povos que não se misturaram muito com o resto da população.

Pacientes que precisam de transplante, e não tem doador familiar e nem voluntário não aparentado, têm duas outras opções: transplantes com sangue de cordão umbilical, que já encontra-se estocado, tipado e pronto para ser usado e os transplantes de parentes haploidênticos (que herdaram apenas metade da carga genética).

Nestes dois tipos de transplantes a recuperação do sistema imunológico é mais lenta depois do transplante, o que pode aumentar a chance de infecções. Entretanto, o tempo que demora em encontrar um doador na própria família é sempre muito menor e isso pode ser decisivo no tratamento de algumas doenças.

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