Cuidados e informações sobre H1N1 para pacientes transplantados

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Cuidados e informações sobre H1N1 para pacientes transplantados

05/ 04/ 2016

O vírus H1N1 chegou mais cedo esse ano. O número de casos está aumentando antes mesmo do inverno começar. E isso, levando em conta que só são investigados e notificados os casos graves!

A equipe da AMEO entrevistou a Dra Fabianne Carlesse, infectologista que cuida de crianças que realizaram transplante de medula óssea:

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– Quais são os sintomas mais comuns da infecção pelo H1N1?

Os sintomas do vírus H1N1 são parecidos com os de uma gripe forte. Geralmente as pessoas têm febre, tosse, dor de garganta, dor de cabeça forte, dor muscular ou nas juntas. Em crianças com menos de dois anos podem aparecer coriza, tosse e obstrução nasal. A infecção pelo H1N1 pode também durar mais tempo que um resfriado comum. A febre pode continuar alta por até 7 dias.

– Devemos nos preocupar com esse surto?

Sim, pois todas as infecções respiratórias devem preocupar os pacientes transplantados. Neles, a chance de um resfriado comum virar pneumonia é muito maior do que em outras pessoas. Existem também outros tipos de vírus que causam gripe, o tratamento pode ser completamente diferente. É sempre importante evitar o contato com pessoas doentes, ambientes fechados e higienizar bem as mãos antes de comer ou levá-las à boca, olhos ou nariz.

Os pacientes transplantados e todas as pessoas que convivem com eles devem receber a vacina de gripe para evitar a transmissão da doença.

Os pacientes que fizeram transplante não conseguem combater a infecção adequadamente e, portanto, podem desenvolver as formas mais graves como a “Síndrome Respiratória Aguda Grave”, pneumonia e ainda outras infecções bacterianas. Como o sucesso do tratamento é muito maior no início dos sintomas, é importante que os pacientes procurem o seu médico assim que apresentarem febre ou sintomas gripais.

– Quais são as pessoas mais vulneráveis ao H1N1?

As pessoas que podem ter infecções mais graves pelo vírus H1N1 são idosos, gestantes, crianças com menos de dois anos, pacientes em tratamento de câncer, AIDS ou transplantados. Além desses, também têm maior risco de apresentar infecção grave pessoas com doenças crônicas como diabetes, doença cardíaca, pulmonar, renal, hemoglobinopatias e obesidade mórbida.

– A vacina pode ajudar?

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A vacinação é “a principal maneira utilizada para se prevenir a infecção, porque pode ser administrada antes da exposição ao vírus e é capaz de promover imunidade durante todo o período de circulação do vírus influenza, diminuindo o numero de casos graves”, afirma Fabianne. “Foi muito bom o governo ter iniciado a campanha mais cedo, em resposta ao aumento recente no número de casos.”

O paciente transplantado pode e deve tomar a vacina, pois não é uma vacina com um vírus vivo. Entretanto, a resposta pode não ser adequada. Por isso, é muito importante vacinar os familiares e as pessoas que convivem com os pacientes.

Os pacientes transplantados não conseguem combater a infecção adequadamente. Assim, podem desenvolver as formas mais graves da doença, como síndromes respiratórias agudas, pneumonia ou complicações bacterianas. Aqueles que estão esperando o transplante, se apresentarem sintomas de gripe, devem ter o transplante adiado até todos os sintomas se resolverem.

– Quanto tempo dura o período de transmissão?

O período de transmissão em adultos ocorre principalmente 24 horas antes do início dos sintomas e vai até três dias após o final da febre. Nas crianças, a transmissão pode durar mais tempo, em torno de 14 dias. Pacientes imunossuprimidos podem continuar a transmitir o vírus por semanas a meses, mesmo quando não sentem mais nada.

– Como acabar com a transmissão do H1N1?

Para controlar a transmissão do vírus, todas as pessoas têm que ajudar:

– Lavar ou passar álcool gel nas mãos antes comer, de tocar os olhos, nariz ou boca;

– Assoar o nariz com lenço descartável e depois lavar as mãos;

– Usar o braço para cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir;

– Higienizar as mãos e o braço após tossir ou espirrar;

– Não usar talheres, pratos, copos ou garrafas que não estejam bem lavados;

– Manter os ambientes bem ventilados;

– Evitar contato com pessoas resfriadas ou com febre.

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Esta matéria tomou como base a entrevista com a Dra. Fabianne Carlesse, infectologista do GRAACC

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