Estudantes da E.M.E.F. Profº Wanny Salgado Rocha, que fica na Zona Leste de São Paulo, trouxeram 20 doadores de sangue ao Hemocentro da Santa Casa de São Paulo como última atividade do projeto Educar Para Doar. O projeto da Associação da Medula Óssea de São Paulo foi desenvolvido para incentivar a cultura de doação de sangue entre jovens e suas famílias. Os alunos elaboraram uma campanha para mobilizar futuros doadores de sangue, produziram cartazes e fizeram passeata nos arredores da escola.
O intuito do projeto é levar a temática da doação para dentro das escolas, esclarecendo dúvidas e aumentando a familiaridade dos jovens e suas famílias com o assunto, para que assim compreendam a responsabilidade que possuem com a coletividade e os incentivando a tornarem-se futuros doadores de sangue.
A equipe do projeto encena um teatro para conscientizar a criançada sobre a importância e dificuldade em se conseguir doação de sangue. Nele é contada a história de dois amigos que estão andando pela rua de bicicleta, quando um dos amigos sofre um acidente e por conta dos ferimentos graves precisa de sangue.
Depois da encenação, os alunos são chamados para, hipoteticamente, doar sangue. Todos se dispõem, mas, por conta das restrições da doação, os alunos que não podem sentam-se. Ao final, poucos permanecem de pé, exemplificando como é difícil conseguir doadores na vida real.
Após a visita, os alunos ficam responsáveis por responder um questionário online disponibilizado no site da AMEO. O intuito do questionário é fazer com que os alunos levem a discussão para dentro de casa, para conversarem com os pais. Segundo a responsável pelo projeto, Silvia Meirelles, muito dos estudantes sequer ouviram falar sobre doação de sangue. “Eles descobrem muitas coisas com a visita e levam isso pra casa. É a primeira vez que conversam sobre isso no ambiente domiciliar”, afirma a pedagoga.
Hoje no Brasil apenas 1,8% da população doa sangue, taxa que está longe da meta da Organização Mundial da Saúde (OMS), de 3% de população doadora. De acordo com relatório divulgado em junho desse ano pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), menos da metade dos doadores de sangue na América Latina e no Caribe são voluntários. Apesar da porcentagem de doadores voluntários de sangue ter crescido de 38,5% para 44,1% entre 2013 e 2015 na região, a meta recomendada pela OMS é atingir o nível de 100%.
Para dar sangue é preciso ter entre 16 e 69 anos. Para os menores de 18 anos é necessário o consentimento dos responsáveis e, entre 60 e 69 anos, a pessoa só poderá doar se já o tiver doado pelo menos uma vez antes dos 60 anos. Pesar, no mínimo, 50 quilos e estar em bom estado de saúde. O doador deve estar descansado, ter dormido no mínimo 6 horas na última noite, não ter ingerido bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores à doação e não estar de jejum. No dia da doação, é preciso levar documento de identidade com foto.
A frequência máxima é de quatro doações anuais para o homem e de três doações anuais para a mulher. O intervalo mínimo entre as doações deve respeitar dois meses para os homens e três meses para as mulheres.
Vá ao Hemocentro mais próximo e doe sangue!
Texto: Andressa Villagra