Como um doador alemão salvou a vida de Antonella, uma menina de 4 anos diagnosticada com Aplasia de Medula

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Como um doador alemão salvou a vida de Antonella, uma menina de 4 anos diagnosticada com Aplasia de Medula

Isabelle Barbosa sempre sonhou em ser mãe. Casada aos 18 anos, ela realizou seu desejo um ano depois, dando à luz Antonella aos 19 anos. A jovem mãe Isabelle, que agora tem 24 anos, também teve outra filha, Aurora. Em dezembro de 2023, Antonella foi diagnosticada com uma condição séria que mudou a vida de toda a família.

“Antonella tinha passado no pediatra e feito exames de sangue, estava tudo bem em novembro do ano passado”, lembra Isabelle. Mas no início de dezembro, Antonella começou a sentir uma dor de barriga. “Ela estava com a minha mãe e logo a levei ao hospital. O médico colheu o hemograma e viu que as plaquetas estavam muito baixas, em 80.000. Duas horas depois, caíram para 30.000. Mas ela não apresentava mais sintomas além da dor de barriga.”

O pediatra inicialmente suspeitou de dengue ou infecção urinária, prescrevendo antibióticos. No entanto, Isabelle notou que a filha começou a apresentar manchas roxas pelo corpo, o que aumentou suas preocupações. “Passou mais de uma semana, e as manchas continuavam aparecendo. O médico dizia que era dengue, mas eu sentia que era algo mais grave.”

Com a persistência das manchas e a queda abrupta das plaquetas, Isabelle insistiu em um novo hemograma. “Quando o resultado saiu, as plaquetas estavam em 10.000. Foi um choque. Internaram Antonella imediatamente em Santos.”

No hospital, Antonella foi inicialmente diagnosticada com Púrpura Trombocitopênica Idiopática (PTI), uma condição onde as plaquetas caem drasticamente. Mas os glóbulos brancos e os glóbulos vermelhos começaram a cair, e a equipe de oncologia decidiu investigar mais a fundo. “Esse começo foi muito difícil pra mim, eu já sentia que poderíamos passar por algo muito grave e me sentia culpada”, revela a mãe de Antonella…

Após 12 dias de internação e diversos exames, veio o diagnóstico: Aplasia de Medula. “No meu universo leigo, eu não imaginava que era algo tão sério. A médica disse que tinha medicação.”

Toda a família viveu quatro meses em isolamento total para proteger Antonella. “Foi a parte mais dolorida no começo. No hospital, parecia que a Antonella era um experimento, todos ficavam impressionados por ela estar tão bem.”

Em pouco tempo ficou estabelecido que havia necessidade urgente de um transplante de medula óssea, e Isabela, começou a buscar ajuda desesperadamente. “Falei com várias famílias na internet, e uma delas me conectou com a Dra. Adriana. No dia 12 de dezembro ela teve o diagnóstico, e no dia 17 já estávamos no hospital Samaritano com a Dra.”

A busca por um doador compatível foi angustiante. “Criei muita expectativa de que a Aurora fosse compatível, mas ela era só 50% idêntica. Meu marido também era 50%, mas a Dra. Adriana decidiu inscrever a Antonella no Redome para procurar alguém mais compatível, um doador não aparentado inscrito no registro, um voluntário.”

Antonella tinha sete possíveis doadores compatíveis para o transplante, sendo alguns de fora do país Deste sete, foram chamados três, só que nenhum deles pode doar, pois surgiram diversos imprevistos, como a demora para encontrar o doador e de realizar o HLA (exame de compatibilidade). Depois dessas três tentativas frustradas, chamaram o quarto doador compatível e finalmente deu certo. “Ele já tinha o exame de HLA colhido e completo, então foi rápido. No dia 17 ele aceitou doar, e Antonella foi internada no dia 29 de abril, e no dia 8 de maio recebeu a medula do doador.

Incrível pensar que o doador que foi selecionado era um alemão!!! Ninguém podia esperar que ele fosse tão generoso, prontamente respondeu à convocação e ainda passou o seu aniversário se preparando para o transplante.
Nestes casos, o material é doado na Alemanha, a medula, é transportada assim que é feita a coleta, de avião para o Brasil.

O transplante foi um sucesso. “Ela não teve nada no pós transplante. Foi uma alegria enorme. Até a enfermeira comentou que, em 15 anos de trabalho, Antonella foi a segunda criança que ficou tão bem após o transplante.”

A história de Antonella é uma prova do poder da determinação e da solidariedade. Ela nos faz acreditar que o ser humano é capaz de amar e se dar para o outro, até mesmo para aquele que nunca viu!

Por: Flávia Fabreti