Como Letícia conseguiu enfrentar os desafios e se curar do Linfoma de Hodgkin

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27 de fevereiro de 2025

Como Letícia conseguiu enfrentar os desafios e se curar do Linfoma de Hodgkin

Letícia Villasboa Silva tem 22 anos e vive em São Paulo. Sua jornada com o linfoma de Hodgkin começou de forma inesperada, quando percebeu uma bolinha em seu pescoço. Sempre acostumada a usar correntinhas, notou que uma delas estava ficando torta e estranhou: “Comentei com a minha mãe e, inicialmente, preferi não saber o que era. Mas decidimos ir ao médico para investigar”.

Sem apresentar sintomas como febre ou dores, Letícia apenas sentia que, com o crescimento do caroço, sua garganta ficava mais obstruída, causando náuseas e fraqueza. A primeira consulta no posto de saúde não trouxe respostas concretas e o ultrassom solicitado indicou a possibilidade de um tumor cancerígeno. Diante da incerteza e do desespero, sua mãe optou por realizar exames particulares, incluindo uma punção, cujo resultado inicial foi um falso negativo.

Sem um diagnóstico claro, a família enfrentou dificuldades em conseguir exames mais aprofundados pelo sistema público de saúde. Com a ajuda de uma amiga enfermeira e o contato de uma tia, Letícia passou por tomografias e diversos exames de sangue, mas nada confirmava a real natureza do problema. A suspeita variava entre uma tuberculose acumulada ou resquícios de uma infecção.

A insistência de sua mãe foi decisiva. Diante da piora no quadro de Letícia, ela a levou ao pronto-socorro da Santa Casa, onde foram informadas de que o caso não era considerado emergencial. Mesmo assim, um enfermeiro orientou que procurassem um hematologista. Com muito esforço, a família conseguiu uma consulta particular, e foi essa profissional que, indignada com a demora no diagnóstico, agilizou o processo para que Letícia fosse atendida na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.

A biópsia, realizada em abril, confirmou o linfoma de Hodgkin. Com isso, iniciou-se o planejamento do tratamento, que inclui quimioterapia e exames complementares para determinar a extensão da doença. O PET scan revelou que o linfoma estava localizado no pescoço e no mediastino. “Tive dois planos de quimioterapia: um de quatro meses, com ciclos fortes e fracos alternados”, conta. Leticia fala que durante o processo, ela não se desesperou, manteve a calma e seguiu em frente. “Acho que já estava preparada para a resposta dos médicos. Quando confirmaram, apenas disse: ‘tá bom’. Mas minha família reagiu como se tivesse recebido uma sentença de morte”.

 

Apesar da calma e tranquilidade que Letícia sentia, alguns momentos foram difíceis, especialmente as últimas sessões de quimioterapia e a queda do cabelo. Felizmente, não foi necessário um transplante, e o tratamento teve sucesso. Em janeiro, ela recebeu a notícia de que estava em remissão.

Atualmente, Letícia segue em acompanhamento, com consultas trimestrais, que futuramente passarão a ser semestrais e anuais. “Hoje estou bem. Ainda sinto cansaço em dias mais exaustivos, mas, no geral, estou recuperando minha saúde”, afirma.

Ela destaca que o apoio que recebeu fez toda a diferença. “O hospital me ajudou muito, assim como a Casinha, que chegou em um momento em que eu estava muito mal. Minha família e minha melhor amiga também foram essenciais para que eu seguisse firme”, finaliza.