Graziela e Iasmim são duas mães que, mesmo vindo de lugares diferentes do Brasil, viveram desafios parecidos ao descobrirem que seus filhos precisavam de um transplante de medula óssea. Cada uma com sua história, elas enfrentaram mudanças, viagens e uma rotina intensa de tratamento — sempre com o foco no bem-estar de seus filhos.
Graziela é mãe do Gael, de 3 anos, e veio de Belém para São Paulo em busca de tratamento. Anos antes, ela já havia passado por uma situação parecida com seu primeiro filho, Miguel, que infelizmente não encontrou um doador compatível. Ao notar sinais semelhantes no Gael ainda na UTI neonatal, Graziela buscou atendimento médico rapidamente — e o diagnóstico confirmou a mesma síndrome.
Dessa vez, o tratamento foi possível. A mesma médica que acompanhou Miguel também se envolveu no caso do Gael, e com o apoio do convênio, mãe e filho chegaram a São Paulo, onde foram acolhidos pelo GRAACC. O transplante foi realizado com a doação de um primo, e mesmo com algumas complicações no pós-transplante, Gael foi se recuperando aos poucos.
Desde 6 de janeiro de 2025, Gael e Graziela estão acolhidos na AMEO, onde seguem em acompanhamento. No início, o menino chorava muito, não reagia a estímulos e estava abatido. Com o passar do tempo, foi se transformando: hoje, é uma criança cheia de energia, que sorri ao ser chamada e quase não chora mais. Graziela se emociona ao ver essa evolução: “Hoje ele está bem, graças a Deus. É outra criança.”
Após uma reinternação por infecção pulmonar, Gael retornou em junho à Casa do Transplante, onde continua sua recuperação ao lado da mãe e da avó, que dedicam todos os cuidados ao menino.
Iasmim é mãe do Bernardo Sacramento, de 7 anos, e veio da Bahia com o filho quando ele recebeu o diagnóstico de aplasia de medula óssea. Bernardo sempre foi uma criança saudável, e a mudança repentina trouxe muitos desafios. Em Salvador, não foi possível concluir o diagnóstico, então a família foi transferida para São Paulo, onde em pouco tempo começaram o tratamento.
Mesmo sem conhecer ninguém na cidade, Iasmim acompanhou cada passo com atenção. O transplante foi feito com o pai como doador, e Bernardo respondeu muito bem. Sem complicações e com uma recuperação tranquila, hoje ele está bem e segue vindo uma vez por mês para São Paulo para exames e consultas. Iasmim destaca a importância da casa de apoio nesse processo, que acolheu os dois por cerca de seis meses e ajudou a tornar esse período mais leve.
“Ficamos aqui na AMEO por cerca de cinco a seis meses e, durante todo esse tempo, não tivemos do que reclamar. É um lugar maravilhoso, acolhedor, confortável… transmite uma paz e uma tranquilidade que não dá nem pra descrever.”
Tanto Graziela quanto Iasmim seguiram caminhos diferentes, mas com algo em comum: a vontade de garantir o melhor para seus filhos. Com apoio, informação e acesso ao tratamento adequado, as duas mostram que é possível enfrentar o difícil com serenidade — e que, mesmo longe de casa, é possível encontrar acolhimento e esperança.