AMEO finaliza primeiro curso de Capacitação de Gerentes de Dados do Brasil e forma profissionais para o reporte de dados de TMO
Por Andressa Villagra
12 de dezembro de 2020
O Curso de Capacitação de Gerentes de Dados em Células-Tronco Hematopoiéticas oferecido pela AMEO por meio do PRONON (Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica) teve sua conclusão esta semana com a entrega dos certificados a todos os alunos, professores e colaboradores. Desde 2019, a equipe do projeto desenvolveu e aplicou o curso de capacitação, com duração de mil horas no decorrer de 14 meses, sendo 200 horas de ensino à distância e 800 horas de treinamento.
A qualidade e exigências de critérios científicos e pedagógicos do curso e das atividades educacionais proposta, determinada pela capacitação da equipe de dirigentes e consultores, reconhecidos pela comunidade dos transplantadores: Doutora Adriana Seber (Diretora da AMEO); Doutora Carmen Silvia Vieitas Vergueiro (Coordenadora Executiva da AMEO) e a Doutora Lívia Caroline Compte (Consultora Científica). Além de profissionais com larga experiência no reporte de dados como o gerente de dados Anderson Simione, as enfermeiras-instrutoras, Flávia Costa e Renata Loebel, e todos os profissionais que contribuíram para construir o curso: Bruna Leticia, Cynthia Correa, Paula Moreira, Rivaldo Xavier, Dr. Ulysses Filho, Dra. Danielli Oliveira, Dra. Valéria Cortez Ginani, Dra, Célia Soares, e toda a equipe AMEO.
A instrutora e enfermeira Flávia conta sobre a experiência de ter participado do projeto. “Sempre considerei a ideia de grandiosidade, já que se tratava de um curso de âmbito nacional. Gostei muito de conhecer outros centros, principalmente os de fora de SP.” Ela completa explicando a importância da participação para sua carreira. “Aprender sobre o TMO, a importância do reporte de dados corretamente, o conhecimento inexorável sobre o processo do TMO e o reporte de dados foi importante para a minha carreira.” Além disso, Flávia ressalta a contribuição que o curso tem para a sociedade. “Os dados que representam o Brasil vão minimizar custos, trazer informação sobre sobrevida e melhorar a excelência no TMO”. Ela ainda completa: “Foi uma experiência maravilhosa onde pude ensinar e aprender com cada aluno.”
Um curso estruturado era essencial para suprir a antiga demanda de profissionais capacitados para o reporte de dados. Antes do curso, na maior parte dos centros de transplante do país não havia profissionais habilitados e designados para a função de gerente de dados, mesmo a vigência da Portaria nº 2.600, de 21 de outubro de 2009, que aprova o regulamento técnico do Sistema Nacional de Transplantes (SNT) e explicita em seu Artigo 122 que “III – os centros transplantadores deverão, por meio do sistema informatizado RBTM (Registro Brasileiro de Transplantes de Medula Óssea), manter atualizados os dados do seguimento dos pacientes transplantados de acordo com os respectivos formulários eletrônicos disponíveis no sistema; e IV – a não atualização dos dados de seguimento acarretará impedimento de inscrição de novos pacientes, e poderá implicar suspensão ou perda da autorização para transplante.”
O curso formou 66 profissionais qualificados para reportar dados sobre o transplante de medula óssea e efetivamente atuar como gerente de dados. Os alunos foram indicados por 31 hospitais habilitados pela rede SUS ao Transplante Não-Aparentado de Células Hematopoiéticas e estão fazendo uso das ferramentas digitais que desenvolvemos e oferecemos para o armazenamento adequado dos dados captados e a avaliação dos índices de resultados dos transplantes alogênicos.
Para a aluna e parceira, Bruna Leticia, do Bio Sana’s e do IBCC Oncologia, o curso proporcionar, por meio das aulas de estatística, o conhecimento de análise dos dados foi um diferencial. “O módulo de estatística foi incrível, mesmo já tendo alguma experiência como GD, conhecer a fundo os diagnósticos e poder discutir as dúvidas de como reportar os dados foi uma ótima oportunidade. E a fase de auditoria nos fez melhorar a forma de organizar nossos documentos e prontuários.” Para ela, a possibilidade de expandir o conhecimento do curso e trazer alunos e centros de transplante do Brasil todo também foi primordial. “A conexão com os diversos GDs do Brasil foi importante para a minha carreira, nos possibilitou trocar informações, cursos, atualizações e discussão de dúvidas.”
A aluna Glaucia Martinho, do Hospital das Clínicas da UFMG, também acredita que o aprendizado em conjunto foi um destaque do curso. “O curso foi muito bom, porque além do conhecimento teórico, propiciou conhecer outros gerentes, a criação do nosso grupo, trocar experiências, tirar dúvidas, participar do curso de gerentes no Congresso do SBTMO 2020”. Ela ainda completa que o curso mostrou a ela que ainda há muito para aprender. “Foi muito importante para minha vida profissional, me motivou a continuar estudando. Acredito que esse curso também abriu portas para estimular os hospitais a conhecerem e reportarem os dados. Mais uma oportunidade de trabalho para profissionais nos hospitais”, destaca Gluacia.