Aos 21 anos, Nicholas foi surpreendido por uma dor no ombro e falta de ar que o levaram à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) mais próxima. O que inicialmente parecia ser apenas uma dor no ombro, logo se transformou em acúmulo de líquido no pulmão, e seguiu-se um pesadelo inesperado. Encaminhado a um hospital municipal para investigação, os médicos inicialmente suspeitaram de pneumonia ou até mesmo tuberculose. No entanto, o quadro clínico piorou com a queda de plaquetas e hemoglobina, levando Nicholas a ser transferido para a Santa Casa, onde foi realizado o mielograma que revelou o diagnóstico de Leucemia Linfóide Aguda (LLA). Esse processo de descoberta levou 15 dias.
“A ficha demorou a cair”, conta Nicholas, ao recordar o impacto do diagnóstico. “É difícil aceitar que você está com câncer, porque sua vida muda completamente. Você precisa se adaptar a uma nova realidade, cheia de limitações.”
Nos meses que se seguiram, Nicholas enfrentou seis ciclos intensivos de quimioterapia, tanto internado quanto no ambulatório. Mas, após uma longa batalha, ele entrou em remissão e agora está em tratamento de manutenção com comprimidos. “Hoje, estou na fase de remissão, graças a Deus”, diz ele, com um sorriso de gratidão.
A fé em Deus e o apoio de sua família foram pilares fundamentais para Nicholas durante esse período desafiador. “Meus pais são falecidos, então meus irmãos me ajudaram da forma que podiam. O tratamento é muito rigoroso, com inúmeras consultas, eles se revezavam para me acompanhar nos exames e internações ao longo de um ano. Mesmo trabalhando, eles sempre fizeram o possível para me apoiar, e sou muito grato por isso.”
Além do impacto emocional e físico, Nicholas também enfrentou dificuldades financeiras. Afastado do trabalho e recebendo auxílio-doença do INSS, ele precisou se ajustar a uma nova realidade. “Foi complicado, porque o INSS não cobre 100% do que você recebe na empresa. Mas tive que ser forte e aceitar a situação.”
No entanto, Nicholas encontrou um refúgio em sua fé. “O lado bom foi que eu conseguia estar o tempo todo na igreja, cooperando na obra de Deus. Isso me ajudou muito, porque me distraía e fazia o tempo passar, evitando que eu ficasse preso em pensamentos negativos.”
Nicholas descobriu a Associação de Medula Óssea (AMEO) através de outra paciente, Priscila, que conheceu durante as consultas. Para ele, a AMEO foi um verdadeiro divisor de águas. “Muitos pacientes não têm acesso a uma casa de apoio e acabam ficando na praça do hospital durante o intervalo entre exames e consultas. Encontrar a AMEO foi uma bênção, porque agora tenho um lugar para descansar até a hora da consulta, além de receber outros benefícios como cesta básica e de higiene.”
Hoje, Nicholas está curado. “Para honra e glória de Deus, voltei a trabalhar e sigo levando uma rotina de vida normal. A cada mielograma que faço, não há sinal da doença. Deus cura por completo”, afirma ele, com convicção.
A história de Nicholas é de superação, fé, e persistência; um exemplo para todos.
Por: Flávia Fabreti