Geanne e Maria Eliane: pacientes que começaram a empreender por conta de oficinas na casinha

Reunião 5 – DECH ginecológico
24 de julho de 2025

Geanne e Maria Eliane: pacientes que começaram a empreender por conta de oficinas na casinha

A AMEO conta com duas casas de apoio: a Casinha e a Casa do Transplante. Todos os meses, a Casinha oferece oficinas variadas para os pacientes e seus acompanhantes, como bijuteria, aromatizadores de ambiente, encadernação, maquiagem e bordado. Cada uma dessas atividades é pensada para motivar os pacientes durante e após o tratamento, além de abrir a possibilidade de uma nova fonte de renda. Foi o que aconteceu com a Geanne e com a Maria Eliane.

Geanne foi diagnosticada com LMA (leucemia mielóide aguda) aos 53 anos e, hoje em dia, com 55 anos, está bem, embora siga com uma rotina contínua de exames e cuidados. Ela conta que precisou se afastar do trabalho por conta do tratamento e também devido a um fungo que afetou seu tornozelo:
“Ainda estou afastada do serviço porque, além do tratamento, em uma das internações peguei um fungo no tornozelo esquerdo, que precisou ser aberto para fazer uma limpeza. Desde então, ele vive doendo e inchado. Como meu trabalho exige que eu fique em pé oito horas por dia, ainda não consigo voltar. Mas estou em acompanhamento com o ortopedista para resolver o problema.”

Geanne também relata que, em casa, começou a se sentir muito deprimida e encontrou nas oficinas da AMEO um novo ânimo:
“Foi a melhor coisa! Estava ficando deprimida em casa, e na AMEO eu esqueço de tudo e aprendo a fazer várias coisas.”

Em uma das oficinas realizadas com a proprietária do Ateliê Cris Fabreti, Geanne aprendeu a preparar água de lençóis, que é um aromatizador líquido com fragrâncias suaves, ideal para perfumar tecidos como roupas de cama, toalhas, cortinas e até roupas. Hoje, ela vende os produtos que aprendeu a fabricar na AMEO para complementar a renda. Ainda está no início, mas já está adorando e tem feito várias vendas. Em breve, pretende montar uma loja no Instagram, mas, por enquanto, divulga seus produtos entre amigos e familiares.

Maria Eliane tem 44 anos, e foi diagnosticada com Leucemia Promielocítica Aguda (LPA) em 2022. Neste mês, ela concluiu os ciclos de manutenção, que duraram dois anos e incluíram quimioterapia oral e outras medicações. Apesar da gravidade do diagnóstico, Eliane conta que teve sorte ao descobrir a doença ainda no início:
“Posso dizer que, apesar da gravidade, tive a sorte de descobrir no começo. Também tive a sorte de ser encaminhada para um hospital de referência, a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Lá fui recebida por uma equipe médica preparada para tratar o meu caso, com todo empenho, dedicação e a misericórdia de Deus. Hoje sou vitoriosa. Agradeço também a toda a equipe que cuidou de mim — desde enfermeiras, técnicas de enfermagem, auxiliares até a moça da limpeza. Todos tiveram um papel importante. Fiquem sempre atentos aos sinais que o seu corpo dá. Façam exames de rotina. No meu caso, os principais sinais foram os hematomas.”

Durante o tratamento, Eliane precisou parar de trabalhar, o que foi muito difícil, pois contribuía financeiramente em casa. Ela até tentou voltar ao mercado de trabalho:
“Busquei algumas vagas, mas percebi que seria melhor esperar até o fim da fase dos remédios. Tinha dias em que eu me sentia muito fraca, sem disposição para encarar uma rotina de trabalho fora.”

Com as idas frequentes à Santa Casa para exames e tratamento, Eliane passou a frequentar também as oficinas na Casinha, que foram um apoio importante nesse período:
“As oficinas da AMEO me ajudaram de várias formas. A interação com o pessoal era uma verdadeira terapia, momentos de descontração, risadas e alegria. Incentivada pela minha filha, decidi empreender, graças às oficinas.”

Hoje, Eliane tem uma loja de colares, habilidade que aprendeu com Maria de Fátima, voluntária da AMEO:
“Empreender tem sido uma experiência nova pra mim, cheia de aprendizados. Além disso, tem me ajudado financeiramente.”
Eliane também compartilha qual tem sido o maior desafio desse novo caminho:
“A parte mais difícil de empreender é encontrar uma identidade para o negócio que faça sentido e que também seja interessante. O processo de criar uma marca, fazer marketing, anunciar e divulgar é a parte mais desafiadora para mim.”

Ela também conta que o apoio da família foi crucial neste momento tão difícil:
Na hora em que eu mais precisei, meu marido esteve comigo. Não conseguia ficar comigo durante as internações, mas se desdobrava entre o trabalho, a casa e o hospital. Ia me ver todos os dias, faltou bastante no trabalho para me acompanhar nas consultas — teve semanas em que chegou a faltar até três dias. Ele sofreu junto comigo, mas sempre foi sereno e atencioso em tudo que eu precisava. Minha filhota também esteve sempre presente dentro do que era possível. Minha família não conseguia estar presente o tempo todo, mas fez muitas orações pela minha cura.

Logo mais, as peças estarão disponíveis ao público pelo Instagram: @eli_comamor.

Tanto Eliane quanto Geanne aprenderam novas habilidades por meio das oficinas da AMEO e estão se reerguendo após o período difícil que enfrentaram. As oficinas oferecem apoio aos pacientes de diversas maneiras, inclusive incentivando o empreendedorismo.

As oficinas trouxeram uma nova energia , foram uma ferramenta terapêutica que estimulou às pacientes ao ponto de se lançarem ao empreendedorismo!