A AMEO, em parceria com o Grupo Fleury e a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, estão levando uma série de palestras com conteúdo específico para pacientes em tratamento quimioterápico e seus acompanhantes. A primeira palestra aconteceu no setor de Quimioterapia da Santa Casa na última terça-feira (16) e teve como tema inicial a alimentação no período de quimioterapia.

O projeto, que começou com essa primeira palestra, nasceu da edição 2017 do Projeto Dom do Grupo Fleury. A AMEO foi escolhida para ser uma das 10 instituições a participar da capacitação e teve a oportunidade de desenvolver um projeto a partir do conteúdo apresentado.

Sempre houve, entre AMEO e Santa Casa, o entendimento de que aproveitar os períodos ociosos de pacientes e acompanhantes, durante os procedimentos de quimioterapia, eram momentos importantes para realizar conversas com profissionais de diversas áreas, para tirar dúvidas e propor opções que possam amenizar as dificuldades do tratamento. A parceria com o Grupo Fleury era a oportunidade que faltava para alavancar essa iniciativa.

Palestra ocorrendo no setor de Quimioterapia da Santa Casa de São Paulo.

O tutor da AMEO no projeto, Matheus Carvalho, trainee do Grupo Fleury, conta que desde o primeiro momento em que a proposta das palestras foi apresentada, ele e a equipe imaginaram que o projeto teria um grande potencial. “E vendo essa primeira realização aqui hoje, confirmou, de fato, aquela ideia que nós tínhamos”, revela.

A primeira palestra foi realizada por Sharon Halaban, nutricionista e parte do Conselho da AMEO. Os mais de 30 participantes puderam ouvir informações e orientações sobre alimentação, higienização dos alimentos e preparo da comida. As dúvidas foram surgindo aos poucos e a grande interação surpreendeu a nutricionista. “A participação foi boa, até melhor do que eu imaginava, porque a gente chegou aqui hoje pela primeira vez”, conta Sharon. “Eu até falei para eles que durante essa semana anotem as dúvidas, porque elas aparecem mais no dia-a-dia, em casa”, explica.

A nutricionista Sharon ouvindo uma pergunta durante a palestra.

A enfermeira Ivani Magalhães que trabalha na Quimioterapia da Santa Casa, conta que os pacientes costumam procurar informações na internet sobre alimentação. “Eles têm uma necessidade muito grande de informação correta. Acabam se deparando com muitos mitos e ficam confusos” explica Ivani. A nutricionista Sharon confirma a importância desse aspecto. “Eu achei a ideia do projeto muito legal, até porque a gente sabe que eles têm dúvida e é muito melhor o paciente tirar dúvida com a gente do que eles tirarem dúvida entre eles”.

Ela diz ainda que é normal em qualquer tipo de doença as informações incorretas se espalharem. “Mas a gente está falando de um tratamento muito agressivo, muito importante, e que o paciente tem que estar, dentro do possível, com uma saúde boa”, explica Sharon. “A probabilidade de a pessoa ter uma contaminação por alimento é muito alta. Nada melhor do que o paciente em quimioterapia ter orientação de uma equipe treinada para isso”, ela completa.

Depois da palestra Márcia Francisca de Souza, 46, acompanhante da tia que está com câncer no pulmão e metástase, conta que irá redobrar o cuidado com a alimentação da tia. “O mais importante que vou levar daqui hoje é saber cuidar melhor dela, apesar de já estarmos cuidando sempre ficava em dúvida se estava fazendo as coisas certas”, diz Márcia. “Agora vou reforçar ainda mais o cuidado. Muitas coisas da alimentação a gente não sabia, foi muito importante. Eu gostei e pretendo voltar”, afirma a acompanhante que descobriu a doença da tia há apenas alguns dias.

Márcia à direta assistindo com atenção à palestra.

As palestras irão se repetir todas às terças-feiras na Quimioterapia da Santa Casa de São Paulo. Os temas serão variados e pautados de acordo com a demanda dos próprios pacientes. Será disponibilizada uma caixa de sugestões que guiará a busca dos parceiros por profissionais voluntários que ministrarão as palestras. Matheus conta que para os próximos dias o Grupo Fleury e a AMEO já encontraram profissionais em outras áreas. “Eu espero agora que a gente continue, já monte um cronograma, divulgue mais para termos uma participação ainda maior dos pacientes e acompanhantes”, conta Matheus sobre a expectativa que tem do projeto daqui pra frente.

Texto e fotos: Andressa Villagra