Entenda para o que servem os exames
Pretendemos explicar para que servem e como são feitos os exames mais frequentemente solicitados pelos médicos hematologistas.
Alguns exames servem principalmente para o diagnóstico inicial. Por exemplo: a biópsia de linfonodo ou a biópsia de crista ilíaca. Estes são exames feitos ao diagnóstico e raramente terão de ser repetidos.
O hemograma, por outro lado, será feito com muita frequência, praticamente em toda consulta médica, ele é usado para acompanhar os efeitos da quimioterapia e verificar a resposta ao tratamento. Portanto exames que se repetem são necessários para que o médico avalie os efeitos da quimioterapia no seu organismo, tome as precauções para evitar infecções, sangramentos e anemia intensa.
Hemograma: é o exame de sangue comum, colhido da veia, com uma seringa e agulha. Este exame quantifica as células do sangue (hemácias ou glóbulos vermelhos, leucócitos ou glóbulos brancos e plaquetas). O exame é pedido para ajudar no diagnóstico, mas também para acompanhamento durante a quimioterapia. Dependendo da doença o médico solicitará este exame em todas as consultas.
Mielograma: é um exame do “tutano do osso”, ou da medula óssea. O exame é realizado com uma pequena quantidade de sangue, que é colhido no interior do osso. O procedimento da coleta é realizado com o paciente deitado ou sentado (crianças). Aplica-se uma pequena anestesia no local da coleta, que pode ser de frente no torax (na região chamada externo) ou na parte posterior da bacia. A agulha para a coleta do mielograma é especial, chama-se Jamshid, ela é colocada na pele anestesiada e introduzida até alcançar o interior do osso.
Quando atingido este local, coloca-se uma seringa na parte posterior da agulha e aspira-se algumas gotas do material do interior do osso. Essas gotas de medula são examinadas em lâminas e também, se for solicitado pelo médico, podem ser utilizadas para outras análises (cariótipo, imunofenotipagem, biologia molecular). Esse exame pode ser realizado em consultório médico ou em laboratórios. Possui duração aproximada de 10 minutos.
Este é um exame muito importante para diagnóstico de leucemias, mieloma, algumas doenças infecciosas e algumas anemias. Avalia a forma das células progenitoras do sangue e quantifica.
Imunofenotipagem: O exame é realizado com material da medula óssea (colhido no mielograma) ou com o sangue periférico. É uma análise que utiliza soros com anticorpos específicos para caracterizar melhor as células doentes. Nas leucemias, a imunofenotipagem é muito importante para classificação do subgrupo exato de células, permitindo adequar o tratamento aos achados biológicos.
Biópsia de Medula Óssea: A biópsia de medula óssea é feita com a retirada de um pequeno fragmento de osso da bacia. Adultos podem fazer a biópsia recebendo uma anestesia local, na bacia ou uma leve sedação. Sendo assim, a biópsia é realizada no laboratório ou no consultório médico. Crianças em geral, são levadas ao centro cirúrgico e recebem uma leve sedação. A coleta é realizada com o paciente deitado e dura em média 20 minutos.
Este exame permite uma visão mais ampla da medula, possibilitando observar a distribuição das células hematopoiéticas – aquelas que produzem as células do sangue – dentro da medula óssea, além da quantidade de células e bactérias anormais. O exame da medula óssea, neste caso, é preparado a partir de um pequeno fragmento de osso da bacia, que depois de coletado é colocado em parafina, cortado, fixado em lâminas e examinado ao microscópio. Há diversas indicações para este exame, mas as mais freqüentes são: aplasia de medula óssea, leucemias, linfomas e outras doenças que comprometam a produção do sangue.
Biópsia de Linfonodo: é uma pequena cirurgia para retirada do linfonofo (íngua ou caroço) para análise. Este procedimento é realizado por um cirurgião especializado, em centro cirúrgico, com assepsia e anestesia. O linfonodo retirado é colocado em bloco de parafina, cortado, fixado e corado em lâminas de vidro para análise em microscópio. Este exame possibilita o diagnóstico e a classificação adequada dos linfomas, mas pode ser indicado para o diagnóstico de doenças infecciosas e outros tumores. O resultado demora no mínimo 2 dias, na maior parte das vezes requer mais tempo para estudos completos.
Coleta do Líquor: Para análise, o líquor é comumente obtido por uma picada com agulha especial na coluna vertebral.O paciente fica sentado, ou deitado de lado e o médico coloca uma agulha após anestesia local nas costas. O líquor é um liquido que passa do cérebro para a espinha (e vice e versa), parecido com água, é um líquido claro com pequenas quantidades de proteína, potássio, glicose, cloreto de sódio e células.Uma amostra de líquor é frequentemente necessária no diagnóstico e tratamento de doenças linfoproliferativas (especialmente em leucemias linfóides agudas).
As células da leucemia podem infiltrar o Sistema Nervoso Central (SNC) e a forma de fazer o diagnóstico é por meio da análise do líquor.Existem infecções que podem acometer o sistema nervoso, como as meningites, que também são diagnosticadas com auxílio deste exame.
Imunoistoquímica: exame que utiliza soros com anticorpos específicos para caracterizar melhor a população de células doentes. Este exame é realizado no material obtido a partir de biópsia, seja da medula óssea, do mielograma, de um linfonodo , do liquor ou de qualquer tecido.
Citogenética: tem a função de avaliar numericamente e morfologicamente os cromossomos das células tumorais. Colhe-se material da medula ou do sangue na veia periférica. A variação cromossômica é importante para diagnosticar algumas doenças ( subtipos de leucemias agudas, leucemias crônicas, alguns linfomas etc) e acompanhar a evolução da doença e do tratamento.
Teste de Compatibilidade (HLA): a tipagem HLA (Antígenos Leucocitários Humanos) é semelhante à tipagem sanguínea, porém as características genéticas analisadas estão presentes em todas as células nucleadas do organismo. O exame é realizado para verificar a compatibilidade entre possíveis doadores e pacientes (receptores) que necessitam de transplante de medula óssea. Por meio de uma pequena amostra de sangue retirada da veia, pode-se realizar a tipagem com métodos sorológicos e moleculares.
AMEO – Associação da Medula Óssea