O sangue do cordão umbilical contém um grande número de células-tronco que são capazes de regenerar a medula óssea. Esse tipo de procedimento exige menor compatibilidade entre doador e receptor que o transplante convencional, que utiliza medula óssea ou o sangue periférico.
As gestantes devem ter mais de 18 anos, ter feito no mínimo duas consultas de pré-natal documentadas, estar com mais de 35 semanas (8 meses de gestação) no momento da coleta e não podem ter histórico de hipertensão, de diabetes, de câncer ou de doenças do sangue. E não há nenhum risco nem para a mãe ou para o bebê, pois as equipes de coleta não interferem no parto.
A doação é realizada apenas em maternidades credenciadas do programa da Rede BrasilCord, vinculado ao Ministério da Saúde, que reúne os bancos públicos de sangue de cordão. A doação do sangue de cordão umbilical só pode ser feita logo após o nascimento, depois que é cortada a ligação entre o bebê e a placenta.
Uma quantidade de até 100 ml de sangue da placenta é drenada para uma bolsa de coleta. Em seguida, as células são preparadas para o congelamento. O sangue de cordão pode permanecer congelado por vários anos no Banco de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário, disponível para ser usado.
A doação voluntária é confidencial e nenhuma troca de informação é permitida entre o doador e o receptor. As unidades coletadas recebem um identificador numérico que passa a ser a identidade da bolsa. Toda referência a ela passa a ser realizada com esse número, e não mais com o nome da gestante.
Existem alguns bancos que coletam o sangue de cordão de gestantes que tenham outro filho doente com indicação de transplante de medula óssea. Na rede pública chama-se Doação Direcionada e na rede particular, Programa de Coleta Solidária.
Como o número de células-tronco do cordão umbilical é restrito, ele é geralmente utilizado no transplante de crianças e adultos até 50 kg. No entanto, hoje é possível usar dois cordões para um mesmo paciente, o que possibilita o transplante de adultos com maior peso. O tempo que demora até a “pega” das células e normalização do hemograma pode ser muito longo, o que aumenta o risco associado ao transplante.
Andressa Villagra