A história de Rodrigo Braga e como se tornou doador de medula óssea

Entrevista exclusiva com a Dra. Patricia Freire no XXIX Congresso SBTMO
5 de setembro de 2025
2025
1 de outubro de 2025

A história de Rodrigo Braga e como se tornou doador de medula óssea

Neste dia 20/09, é comemorado o Dia Mundial do Doador de Medula Óssea. É uma data muito especial, pois podemos celebrar aqueles que ajudam a salvar vidas. Para comemorar essa data, Rodrigo Fioravanti Braga, doador voluntário de medula, compartilhou a sua história conosco.

Rodrigo nasceu em Varginha (MG) e já doava sangue desde os 18 anos, mas a doação de medula entrou na sua vida de forma inesperada. Durante uma rotina de doações no Hemocentro da USP de Ribeirão Preto, uma enfermeira o convidou a se registrar no REDOME como doador de medula: “ Perguntei como era o procedimento, e ela disse que só precisaria retirar uma amostra de sangue a mais, além daquele que estava sendo doado. Eles iriam fazer todos os testes pertinentes e cadastrar os dados na plataforma. Eu aceitei, mas sem pretensões. Afinal, a probabilidade de compatibilidade com alguém é baixa; porém, quanto mais pessoas se cadastrarem, maiores são as chances de encontrar um doador.”

Rodrigo não tinha esperanças de ser chamado para doar medula, já que as chances de ter alguém compatível são pequenas. Mas esse dia chegou e ele não poderia ter ficado mais feliz por poder ajudar alguém que estava precisando:
“Um dia, durante o horário de almoço no trabalho, recebi uma ligação proveniente do Rio de Janeiro. Atendi, e era uma funcionária do REDOME me dizendo que houve uma possível compatibilidade com um paciente e me perguntou se eu teria interesse em fazer novos testes para confirmar essa compatibilidade. De prontidão, aceitei! Não esperava que pudesse acontecer isso algum dia devido às baixas probabilidades. Em seguida, disseram que iriam entrar em contato novamente no mesmo dia para marcar uma data da coleta de amostra de sangue. Na hora, fiquei emocionado e senti Deus falando comigo: ‘Você é muito importante!’. Digo isso pois, na época, eu havia acabado de passar por alguns problemas pessoais e me encontrava um pouco cabisbaixo. Minha autoestima subiu no mesmo momento, e me senti, de fato, muito abençoado por ter a oportunidade de tentar salvar a vida de alguém.”

Rodrigo aceitou na hora o convite para ser o doador de medula, e foi direto contar para a sua família sobre essa doação. Seus familiares ficaram um pouco apreensivos com a ideia da doação, pois não conheciam o processo,e tinham medo por ele: “Inicialmente, alguns não reconheceram a devida importância desse ato devido à falta de informações, infelizmente. Outros ficaram apreensivos, pois não sabiam como era o procedimento. Porém, expliquei para todos que seria uma vida que seria salva, que eu poderia proporcionar àquela pessoa continuar sua história; disse ainda: ‘poderia ser eu quem estivesse do outro lado’. Expliquei também que o processo é tranquilo e incentivei todos a se cadastrarem como doadores de medula óssea. Mas, em geral, outros familiares e amigos me apoiaram e incentivaram, ficando muito felizes por mim.”

Rodrigo morava em Ribeirão Preto na época da doação, e foi necessário que ele fosse para outra cidade para fazer a doação. Ele foi sem problemas: “O hotel e as despesas (transporte, alimentação) ficaram a cargo do REDOME.”

Rodrigo também falou um pouco sobre a coleta da medula, como é o processo: “O procedimento durou cerca de cinco horas. Minha doação foi realizada por aférese, isto é, meu sangue saía de um braço por meio de um cateter, entrava no equipamento, o qual separava as células-tronco hematopoiéticas, e o sangue retornava a mim por meio de outro cateter, presente no outro braço. Finalizadas essas cinco horas, fui liberado, podendo retornar a Ribeirão Preto e realizar atividades normais.”

Em 2025, Rodrigo finalmente descobriu quem recebeu sua medula. Eles começaram a conversar pela internet, e estão marcando um encontro presencialmente. Muitos pacientes sonham em conhecer seus doadores e expressar sua gratidão pelo gesto de amor, exatamente isso aconteceu com Rodrigo: “Consegui contatar o receptor na última terça-feira. Fiz todos os procedimentos legais anteriormente, e o REDOME forneceu meus dados para ele, e os dele para mim. Conversamos por WhatsApp e foi muito emocionante saber que ele se encontra bem, livre da doença. Estamos combinando de nos conhecer pessoalmente, pois moramos em cidades distintas. Estou ansioso por esse momento.”

Rodrigo se emocionou profundamente durante o bate-papo com quem recebeu sua medula. Duas frases, em especial, tocaram seu coração de forma intensa: “Carrego uma parte de você dentro de mim para sempre” e “Minha vida só continua graças a você”.

Com essa história emocionante, a AMEO quer incentivar vocês a se cadastrarem como doadores de medula óssea. É muito simples: entre no site oficial do REDOME (www.redome.inca.gov.br), procure o Hemocentro mais perto de você e lá você fará o seu cadastro e tirará uma pequena amostra de sangue. Pronto, você já está cadastrado.