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“O dia a dia dentro do hospital” os cuidados do intra transplante

O segundo guia produzido pelo Projeto Capacitar para Curar com apoio do PRONON (Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica), traz informações atualizadas e baseadas em pesquisas científicas sobre o transplante de medula óssea. Nele há conteúdo importante para o período de internação do paciente e conhecimento relevante que farão diferença em todo o processo de tratamento.

Neste guia, intitulado “O dia a dia dentro do hospital”, a paciente Laura ganha a companhia da enfermeira Ana, que junto com o Dr. Lucas cuidarão dela no Centro de Transplante. É mostrado o período em que Laura estará mais frágil, o da internação. A primeira coisa que ela fica sabendo é a importância de avisar a equipe médica sobre qualquer sinal de infecção ou inflamação como resfriados, dor de dente, micoses, unhas encravadas, etc.

Depois é a vez das informações sobre a chegada ao hospital. Há uma lista de orientações aos visitantes, são 12 recomendações básicas para quem for visitar o paciente. Em cada Centro de Transplante as regras são diferentes, havendo a necessidade de se informar bem sobre o funcionamento de cada unidade.

O médico conversa com Laura sobre o Termo de Consentimento, um documento com informações a respeito do transplante e os possíveis riscos que este traz. O paciente deve assinar para confirmar que recebeu, compreendeu e concorda com os termos do transplante.

Após o paciente chegar ao hospital são feitos exames de rotina para verificação do seu estado de saúde. Durante toda a internação é comum a realização de diversos e o cateter é uma ferramenta que também auxilia a receber medicamentos, transfusões e o transplante, evitando assim que ele receba agulhadas desnecessárias durante esse período.

A colocação é feita através de uma pequena cirurgia e o tipo escolhido depende do tratamento e da doença de cada paciente. A escolha do local onde o cateter ficará também deve ser pensada pelo paciente, não apenas pelo médico, afinal é ele quem ficará com o acessório por um bom tempo.

Apesar de ajudar e deixar o tratamento mais cômodo, o catéter é uma via aberta com acesso direto ao sistema sanguíneo do paciente, se tornando um grande perigo para a entrada de agentes que podem causar infecções. Para ajudar com esse importante cuidado, disponibilizamos no material todos os cuidados com a higiene do local e os sinais de alertas que devem ser vistos e avisados à enfermeira.

O condicionamento é um regime preparatório para o transplante e é composto de quimioterapias e/ ou radioterapias em altas doses. Ele tem como função destruir as células cancerígenas ou quaisquer célula anormais da medula óssea. Apenas após esse procedimento é possível receber o transplante. Outro aliado do paciente nesse momento, são os remédios imunosupressores que servem para evitar que o condicionamento também ataque as células saudáveis recebidas do doador.


No manual há um calendário de internação ilustrativo. Cada paciente tem o próprio calendário personalizado e as datas são planejadas com antecedência.

Durante o período em que as células do doador ainda não produzirem sangue suficiente, é necessário que o paciente receba transfusões de sangue e plaquetas quase todos os dias! Por isso, é muito importante conversar com parentes e amigos sobre a importância da doação de sangue e plaquetas.

As células-tronco são coletadas em uma bolsa e o paciente as recebe como uma transfusão através do cateter. As células-tronco vão para dentro dos ossos, onde fica a medula óssea e após alguns dias começam a produzir as novas células do sangue. Esse processo é conhecido como “pega da medula”.


Por conta da quimioterapia do condicionamento, neste período os pacientes podem ter sintomas comuns antes da “pega”, como alteração do gosto da comida, mucosite, enjoo, vômito, diarreia. Nessa momento é muito importante que o paciente e todos os que tiverem contato tenham muito cuidado com a higiene pessoal, lembrando sempre de lavar as mãos corretamente, além de fazer uso constante de álcool gel, pois a imunidade do paciente está muito baixa e isso previne a transmissão de infecções graves.

Para saber que aconteceu a tão esperada “pega da medula” é preciso que o resultado do hemograma aponte mais de 500 neutrófilos. Isso demora por volta de duas ou três semanas e mostra que o organismo do paciente já consegue produzir sozinho componentes do sangue.

A todo momento são apontados os sinais de alerta para os quais o paciente deve ficar atento, possíveis sintomas e cuidados necessários para que o transplante seja um sucesso.

A alta hospitalar depende da “pega da medula”, da melhora dos efeitos desagradáveis da quimioterapia, do paciente alimentar-se e tomar líquidos, não precisar de muitas medicações recebidas diretamente na veia. A participação do transplantado e da família nesse período é essencial. Muitas mudanças na rotina da casa serão importantes para a proteção e recuperação do paciente. E isso é assunto para o próximo manual.

Para saber mais sobre os manuais acesse: https://ameo.org.br/capacitar-para-curar/. Baixe também nosso aplicativo e tenha acesso a todo o conteúdo do projeto.

Texto: Andressa Villagra